Corinthians Suspende Investigação Sobre Contrato com VaideBet Antes de Conclusão
Decisão foi tomada pela diretoria em junho de 2024; razões formais ainda não foram esclarecidas.
Menos de um mês após contratar a EY, empresa de consultoria e auditoria, para investigar possíveis irregularidades no contrato de patrocínio com a VaideBet, o Corinthians interrompeu a apuração antes da conclusão. A decisão foi comunicada oficialmente à EY no dia 18 de junho de 2024, por meio de um e-mail enviado por Luiz Ricardo Alves, o Seedorf, então diretor-adjunto financeiro do clube.

Augusto Melo se reuniu com diretores e cancelou investigação da EY antes de conclusão — Foto: Marcos Ribolli
Na mensagem, Seedorf informou que, após reunião com o presidente Augusto Melo e a diretoria, foi decidido suspender “todo e qualquer trabalho em andamento”.
Contexto da Investigação
Desde o início da gestão de Augusto Melo, a EY prestava serviços de consultoria ao clube, focando na reestruturação financeira e administrativa. Em maio de 2024, foi contratada a área forense da empresa para apurar questões relacionadas ao contrato com a VaideBet.
O caso veio à tona após a revelação de que R$ 25 milhões do patrocínio seriam repassados em comissão à Rede Social Media Design, empresa de Alex Cassundé, aliado de Augusto durante a campanha. A Polícia Civil também abriu inquérito para investigar transferências financeiras para possíveis empresas de fachada.

E-mail em que Corinthians cancela investigação da EY sobre contrato de patrocínio — Foto: Reprodução/GE
Os profissionais da EY chegaram a coletar documentos, e-mails e outras evidências antes da suspensão.
E-mail e Envolvidos
Além de Seedorf e do presidente Augusto Melo, estavam copiados no e-mail:
- Marcelo Mariano, diretor administrativo;
- Vinicius Cascone, então secretário-geral;
- Leonardo Pantaleão, então diretor de negócios jurídicos;
- Representantes da EY.
Justificativas e Divergências
O clube não esclareceu formalmente o motivo da interrupção, nem à auditoria em junho, nem à reportagem nesta quarta-feira.
Fontes internas apontam descontentamento de membros da diretoria com a investigação conduzida pela EY. Alguns dirigentes acreditavam que não deveriam ser investigados internamente.
- Vinicius Cascone afirmou que a suspensão foi recomendada pelo departamento jurídico e acatada pelo presidente Augusto. Ele também mencionou a insatisfação de Romeu Tuma Júnior, presidente do Conselho Deliberativo, com o contrato.
- Leonardo Pantaleão argumentou que o custo da investigação era elevado e questionou sua necessidade, uma vez que a polícia já conduzia um inquérito.
- Romeu Tuma Júnior criticou a contratação de uma empresa cuja classificação econômica (CNAE) não seria adequada para conduzir investigações.
Resposta do Clube
Procurado pela reportagem, o Corinthians declarou que está colaborando com as autoridades no inquérito policial em andamento.
A interrupção do trabalho da EY gerou debates e críticas dentro do clube, especialmente no Conselho Deliberativo. No momento, o caso segue sendo investigado pelas autoridades públicas.
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